quinta-feira, 11 de junho de 2009

MetroNews entrevista com Chris Weitz

Chris Weitz assume a liderança de Crepúsculo com Lua Nova

Depois do sucesso de Twilight no último ano, Lua Nova - a última adaptação da série de livros de Stephenie Meyer - é um dos mais ardentemente aguardados filmes a serem lançados neste ano. Encabeçando a produção está o diretor Chris Weitz, que tem a sua primeira chance na franquia.

Metro: Como se sente ao tomar para si as tarefas de direção de uma franquia tão bem sucedida?
Chris: Por um lado, é animador comandar uma franquia de sucesso. Por outro, é assustador. Há muitos fãs com uma expectativa tão grande para este filme, mas tudo foi facilitado por eu ter herdado este elenco maravilhoso que certamente é muito talentoso. Então, metade do tempo eu estou apenas me regozijando por fazer parte disso e na outra metade, eu estou nervoso por achar que vou ser caçado e assassinado por um bando de garotas adolescentes de 14 anos dentro de 1 ano.


M: Qual foi a sua reação quando em primeira mão ofereceram a você o emprego?
C: Eu fiquei surpreso porque isso aconteceu muito repentinamente e eu tinha apenas uma semana e meia para decidir se aceitaria ou não. Então eu assisti o primeiro filme, analisei o caso e pensei, “Isso vai ser mesmo formidável. Kristen, Rob e Taylor foram ótimos” - foi isso que me convenceu a fazer. E eu li o livro e eu achei que tinha encontrado minha maneira de fazer uma boa adaptação do livro. Isso foi realmente uma questão de saber se eu poderia fazer justiça ao livro e agradar aos leitores. Este é meu trabalho. Não é apenas sair fazendo e mostrar a minha versão das coisas. É ser leal à experiência de leitura dos fãs.

M: “Twilight”, o primeiro filme da série, recebeu críticas or não ser 100% fiel ao livro. Você está enfrentando alguns desses problemas?
C: É impossível ser fiel a cada página do livro porque filmes não tem tempo suficiente para isso. Então você acaba cortando coisas e combinando coisas. Mas eu posso dizer que definitivamente estamos usando o livro como nossa bíblia. Minha tomada sobre este filme é que o filme é o livro e Stephenie Meyer é minha fnte principal para tudo sobre isso. Eu estou constantemente em contato com ela para verificar se existe algo que um personagem faria ou se algum detalhe está correto. Você nunca vai agradar a todo mundo, mas minha principal intenção é satisfazer os fãs do livro.

M: Você é um diretor que se vale muito visual. Qual sua visão para New Moon?
C: Nós temos um time de efeitos especiais incrível. A idéia é usar toda a paleta de cores para ter sombras bem escuras e uma riqueza de cores e assim nós poderemos experimentar toda a escala de textura emocional. A idéia é que isso irá parecer uma narrativa de uma pintura Vitoriana de certo modo, com aquelas cores parecidas com jóias medievais assim como tons de preto muito profundos, e com uma composição de quadros clássica. De algumas maneiras, isso vai ser um filme feito à moda antiga. Há elementos que incorporam a última tecnologia e há coisas muito dinâmicas nas cenas de ação. Mas é mais como Dr. Jivago do que como Homem de Ferro.

M: Dr. Jivago é um romance bem parecido com Twilight…
C: Bem esses livros são ótimos romances e fazem as pessoas pensar nas suas vidas e amores. Ao mesmo tempo eles são muito grandes em escopo.

M: Essa é uma maneira de arrebanhar uma audiência mais velha?
C: Eu acho que isso seria legal, também. Na verdade, eu acho que já há uma audiência mais velha para os livros também — que não é mostrada nas estatísticas, as mães das meninas estão lendo isso também! Eu quero criar uma versão que satisfaz os fãs dos livros mas que também agrada a uma audiência mais velha. Alexander Desplats vai fazer a trilha sonora, o que é outra excelente coisa ao meu ver. Eu já trabalhei com ele antes. Eu creio que ele é muito talentoso. Então a idéia é fazer algo belo.

M: A música é muito importante para esse tipo de filme?
C: Sim, é. O livro em si é uma narrativa muito íntima e a música pode ser uma ajuda extraordinária para convergir essa miríade de emoções que de outra forma você teria que passar através de narração ou das pessoas dizendo o que elas sentem, o que elas jamais fazem. Então isso ajuda a você evitar a exposição e isso pode introduzir um belo romance de forma sutil. Filmes aproveitam mais sentidos do que quase qualquer outra forma de arte, então a música terá um papel fundamental nisso.

M: Pode falar um pouco de Lua Nova e como é diferente de Crepúsculo?
C: Eu creio que nós temos uma oportunidade de expandir nosso horizonte - do meio da floresta para a Itália. O senso de mitologia desse mundo é aprofundado, então a história que está por trás do primeiro filme se torna mais e mais clara. E há vários segredos que foram colocados no primeiro livro e no primeiro filme que vem à luz no segundo. Então há muitas surpresas no estoque.

M: Como você mantem a continuidade da história?
C: Bem, nós tentamos manter uma coerência para que nada pareça irreal ou bizarro. Uma das forças dos livros de Stephenie Meyer é que eles conseguem transmitir a normalidade das vidas das pessoas e a normalidade da protagonista, e mesmo assim se alimentar de todos aqueles elementos extraordinários e sobrenaturais. Quando formos para a Itália [para filmar], nós vamos lidar com esses vampiros de 2000 anos de idade. O segredo é elencar e projetar isso de forma que isso não se afaste completamente da história, mas que seja uma bela e intrincada parte da coisa toda, enquanto ao mesmo tempo, dá ao espectador o sentido de que ele está se abrindo para este mundo muito maior. Esta parte da história é o reverso da regra comum. Bella é que vai salvar Edward. Não é o cara salvando a garota, é o contrário.

M: Você pode falar sobre algumas das suas escolhas para o elenco, como Dakota Fanning?
C: Dakota Fanning interpreta Jane, que é a mais perigosa e maléfica de todos eles. E é algo que ela interpreta ao contrário do que parece porque você não imagina Dakota Fanning nem malvada nem perigosa. Mas ela é uma atriz extraordinária e nós temos sorte em tê-la. Michael Sheen interpreta o líder dos Volturi, que são a lei e ordem do mundo vampírico. Eu penso que ele é um ator extraordináriamente completo e eu sinto que, novamente, tenho muita sorte de ter alguem do seu calíbre.

M: O que tem nessa história para que a audiência se identifique tanto?
C: Ela lida com emoções pelas quais todas as pessoas passam. Você tem todos esses elementos sobrenaturais, mas trata mesmo é de se apaixonar pela primeira vez, perder esse amor, imaginar se você será feliz novamente, o poder restaurador da amizade, ter de escolher entre o cara que parece ser o certo ou se você vai esperar pela pessoa errada.
Isso é real para garotas, garotos, homens ou mulheres. Nós todos já experimentamos nos apaixonar ou ter um amor não correspondido ou sermos deixados e nos sentir miseráveis e esperando que possamos ter a pessoa de volta. Todas essas coisas são universais.

M: Stephen King escreveu em uma coluna que não há substância, nem emoção nesses livros, ao contrário de Harry Potter, que ele adora. Quais são as qualidades dos livros na sua opinião?
C: Esses livros tratam dos sentimentos de amor e perda aos quais Stephen King não está muito acostumado. (risos)
Eu não estou muito surpreso que ele tenha dito isso. Eu diria “Doutor, cura-te a ti mesmo.” Na verdade, a razão do sucesso dos livros é que as pessoas se identificam com a protagonista, com a sua insegurança, com o sentimento de ter sido deixada por alguem extraordináriamente especial, com o sentimento de rompimento, que é algo que todos já experimentaram, a menos que sejam muito, muito sortudos, e com o valor da amizade como uma forma de cura. Então eu devo respeitosamente descordar de Stephen King (risos).

M: Como você descreveria os livros para alguém que ainda não os leu?
C: Eu diria que é uma história sobre corações partidos e reencontros. É também uma história sobre humanos, vampirs e lobisomens ao mesmo tempo. Há todos esses elementos sobre os sentimentos humanos e há elementos que são mágicos,maravilhosos, surpreendentes e de suspense.

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